Um dia gostava de sentir o silêncio. Um dia precisava de sentir o mundo parar. Um segundo bastaria para saber como é afinal um momento de paz. (Oldmirror)Deixa-te estar na minha vidaComo um navio sobre o mar.Se o vento sopra e rasga as velasE a noite é gélida e compridaE a voz ecoa das procelas,Deixa-te estar na minha vida.Se erguem as ondas mãos de espumaAos céus, em cólera incontida,E o ar se tolda e cresce a bruma,Deixa-te estar na minha vida.À praia, um dia, erma e esquecida,Hei, com amor, de te levar.Deixa-te estar na minha vida.Como um navio sobre o mar.- João Cabral do Nascimento (1887-1978)Etiquetas: João Cabral do Nascimento