Para escrever tenho que amar alguém, detestar alguém, ter pena de alguém mesmo que não exista exactamente como o escrevo.
Etiquetas: Eugénio de Andrade
posted by oldmirror at 5:11 da tarde
o frio é de que cor?
mas a cada gesto que faziamum pássaro nascia dos seus dedose deslumbrado penetrava nos espaços...basta uma centelha..
Carpe diemConfias no incerto amanhã? Entregasàs sombras do acaso a resposta inadiável?Aceitas que a diurna inquietação da almasubstitua o riso claro de um corpoque te exige o prazer? Fogem-te, por entre os dedos,os instantes; e nos lábios dessa que amastemorre um fim de frase, deixando a dúvidadefinitiva. Um nome inútil persegue a tua memória,para que o roubes ao sono dos sentidos. Porém,nenhum rosto lhe dá a forma que desejarias;e abraças a própria figura do vazio. Então,por que esperas para sair ao encontro da vida,do sopro quente da primavera, das margensvisíveis do humano? "Não", dizes, "nada me obrigaráà renúncia de mim próprio --- nem esse olharque me oforece o leito profundo da sua imagem!"Louco, ignora que o destino, por vezes,se confunde com a brevidade do verso. Nuno Júdice
O frio é a ausência de calor ou é o calor que é a ausência de frio?
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