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Espero sem me mexer que regresses. Espero sem me mexer porque se o fizer poderemos desencontrar-nos. Parei, não esboço sequer um movimento. Parei de viver, de avançar. Não quero, por momentos sequer, tirar os olhos da porta por onde ainda insisto que entrarás um dia, usando as chaves que nunca chegaste a entregar. (Oldmirror)
Quero acreditar que já não estarias em casa por alturas em que cheguei mas não sei dizer. A verdade é que não te procurei. Mais uma vez. Penso que fiz as coisas do costume, penso hoje quando penso nisso que fiz as coisas do costume, terei deixado o sobertudo ao acaso, abri o frigorífico fechei abri uma outra vez, sem saber bem o que procuro, acontece-me quase sempre.As coisas do costume. Vagueei sem saber bem, o sobertudo alguém há-de arrumar, tu tratas disso. Do frigorífico abro fecho abro outra vez, quero pouco, não sei que quero, deixei de beber, prometi-te acho que te prometi, não sei que beba.
- Rodrigo Guedes de Carvalho
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