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Quero saber o que vais fazer quando gastares o verbo gostar. Gostava de saber se depois terás coragem de o dizer, se o dirás quando o gastares. O tempo tem sido pouco, mesmo assim não o evito e guardo-te em mim. Faço-o sem saber muito bem porquê. Talvez porque às vezes te sinto perto. Tanto que já és amor de uma forma não clara. Não sigo os conselhos do tempo e deixo-me levar, a mim e às borboletas que me habitam, para onde o futuro quiser. Mas há uma coisa que te peço. Não deixes pedaços do teu coração nas minhas mãos porque não consigo segurá-los.
Esta Sexta Feira, foi povoada das palavras que concerteza guardas há muito mais tempo, do que o tempo de existirem aqui.
Encontrar-te, pertence à ordem das coisas que me fazem dizer que sou uma mulher de sorte.
Meticulosamente, foste escolhendo a poesia que outros escreveram por ti.
Não sei dos outros, sei de mim: escreves tão bem, tantas coisas que eu não soube dizer de mim.