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Não sei porque vieste acariciar a madeira, acariciar-me. Escusavas de o ter feito, pois nunca te acariciei mesmo tendo acariciado a madeira. Não sei porque derramas lágrimas na despedida se nunca fui capaz de as derramar nos reencontros. Não entendo que insistas na palavra saudade se a que tive foi puro egoismo. Não percebo que continues a sentir conforto quando descansas a tua mão nesta caixa de madeira, se sempre que a descansavas em mim era na pedra que o fazias. Sabes, não crescem raízes na rocha onde te plantaste, porque esperas agora que algo floresça? Não voltei em vida, não esperes que o faça agora que morri. Continuas desse lado? Porque o fazes? Porque insistes em voltar a explicar-me que é o amor que te faz permanecer? Nunca percebi quando o dizias em vida, porque o faria agora que o coração deixou de bater? (Oldmirror)
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No man is an island entire of itself; every man is a piece of the continent, a part of the main.... Any man's death diminishes me because I am involved in mankind; and therefore never send to know for whom the bell tolls; it tolls for thee.
- John Donne
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