4/27/2007

200


.
Não sei porque vieste acariciar a madeira, acariciar-me. Escusavas de o ter feito, pois nunca te acariciei mesmo tendo acariciado a madeira. Não sei porque derramas lágrimas na despedida se nunca fui capaz de as derramar nos reencontros. Não entendo que insistas na palavra saudade se a que tive foi puro egoismo. Não percebo que continues a sentir conforto quando descansas a tua mão nesta caixa de madeira, se sempre que a descansavas em mim era na pedra que o fazias. Sabes, não crescem raízes na rocha onde te plantaste, porque esperas agora que algo floresça? Não voltei em vida, não esperes que o faça agora que morri. Continuas desse lado? Porque o fazes? Porque insistes em voltar a explicar-me que é o amor que te faz permanecer? Nunca percebi quando o dizias em vida, porque o faria agora que o coração deixou de bater? (Oldmirror)
.
No man is an island entire of itself; every man is a piece of the continent, a part of the main.... Any man's death diminishes me because I am involved in mankind; and therefore never send to know for whom the bell tolls; it tolls for thee.
- John Donne

Etiquetas:

2 Comments:

Blogger Aestranha said...

A mão que se recolhe e a mente que pede...

Só não tenho saudades das tuas palavras porque as leio sem as comentar. Apesar disso mereces um prémio por escreveres tão bem! Foste premiado e linkado!

Beijos

5/02/2007 03:36:00 da manhã  
Blogger oldmirror said...

Ultimamente o "Sinais" anda a receber demasiada atenção se tiver em conta o facto de ele "morar" nas ruas mais escuras da blogosfera. Talvez por isso quem o vê sejam aqueles que conseguem descobrir a luz no meio de tanto breu e por isso gente...Estranha, logo a melhor gente. Obrigado.

5/02/2007 01:35:00 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home

Estou no blog.com.pt - comunidade de bloggers em língua portuguesa
Oldmirror© 2005-2011 All Rights Reserved.