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Há vidas que têm que ser vividas até ao fim. Há filmes que por muito que carreguemos no pause ou no stop ganham vida e recusam-se a saltar para um antecipado the end. Há momentos que por muitas voltas que demos, por muitos especialistas que chamemos, nunca se transformarão em freeze frames. Há argumentos que seguram a mão do argumentista quando este se sente tentado a colocar reticências e desiste de seguir até ao ponto final. Nada a fazer. Resta viver, resta viver o filme até aos créditos, resta levar os momentos até onde eles nos levam, resta escrever o argumento até ao final que sabemos ir acontecer e finalmente poder escolher se o ponto é final ou apenas o primeiro das reticências que nos levarão ao derradeiro episódio. Resta reabrir a porta, subir a persianas abrir as janelas e deixar entrar os actores. (Oldmirror)
Se temos de perder uma pessoa que nos é muito cara, quem não preferiria que ela morresse, em vez de ir simplesmente recomeçar a viver noutro sítio? Pode tolerar-se que aquela que era toda a nossa vida cesse de ser tal e comece a sê-lo para outrém ou para si própria?
- Cesare Pavese
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