92
Aprender a inocência quando julgamos nada mais ter a descobrir. Descer bem mais fundo quando pensavamos já lá ter estado e voltado para contar. Chorar bem mais forte quando as lágrimas que já vertemos nos pareceram um oceano. Sentir os arrepios mais frios quando a vida já nos tinha colocado um cobertor por cima. Voltar ao zero quando já estavamos bem perto do fim. Reformular o conceito de amor, quando a definição que tínhamos nos era perfeitamente suficiente. Sermos capazes de gritar depois de termos aprendido que a falar lá chegariamos. Pedirmos para recomeçar depois de envergonhadamente ficarmos a saber que nada fizemos. Lamentarmos que o centro do mundo tenha sido mal calculado. (Oldmirror)Amo– lançando-se contra moinhos de vento gritava Dom Quixote.Amo– envenenado de céus gritava Othello.Amo– recostado em Ossian soluçava Werther.Amo– tremendo nas carruagens de Jasvin repetia Vronski.Amo– separando-se de Grusenka sonhava Dimitri Karamazov.Amo– brandindo a espada recitava Cyrano.Amo– regressando do comício sussurrava Jacques Thibault.Amo– gritaria também o herói de um romance contemporâneo, mas o autor não lho permite.Não está na moda.O amor já não é contemporâneo.- Izet Sarajlic

Oldmirror© 2005-2011 All Rights Reserved.