5/02/2007

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[Foto on a "Strange place"]
Descobriste-me a casa e disseste-me "olá". Cuidado, que aqui na escuridão são carinhos suficientes para que desperte a paixão. Um qualquer sorriso poderá fazer ruir estas paredes, um qualquer abrir de braços secará todas esta humidade, um qualquer tocar mais fundo dissipará o fumo que me protege. Definiste-me a roupa e ofereceste-me o olhar. Cuidado que aqui no fim do mundo são carinhos suficientes para que acredite uma vez mais que há uma estrela chamada Sol. Partirá esta pedra se a música for mais doce, baterá o coração se o sangue voltar às veias, morrerá este animal se no espelho não o vires. (Oldmirror)
Ainda que fossemos surdos e mudos como uma pedra, a nossa própria passividade seria uma forma de acção.
- Jean Paul Sartre

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6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O dia está frio...
Os dias estão frios.
Onde estás tu
Agora que todas as luzes se apagaram?
Onde estou eu,
Agora que apaguei todas as luzes?

5/03/2007 01:47:00 da tarde  
Blogger as velas ardem ate ao fim said...

Não me perguntes porque mas senti uma caricia no cabelo ao ler...mas estou só muito só.

bjo

5/03/2007 08:33:00 da tarde  
Blogger oldmirror said...

- Um excelente regresso de uma pequenina ENORME!

- E não te sentes confortável na solidão? Quando o conseguires verás o quanto vale a pena.

5/03/2007 09:57:00 da tarde  
Blogger Cecilia M said...

Lindissimo texto!
... fico sempre sem palavras para te comentar...

... sou sair de mansinho

Fica bem
Beijo

5/05/2007 12:19:00 da tarde  
Blogger Aestranha said...

Com muito cuidado... Excertos de um poema:

" O animal morreu ou quase morreu.
Restam o homem e sua alma.
Vivo entre formas luminosas e vagas
que não são ainda a escuridão."

" Do Sul, do Leste, do Oeste, do Norte
convergem os caminhos que me trouxeram
a meu secreto centro.
Esses caminhos foram ecos e passos,
mulheres, homens, agonias, ressurreições,
dias e noites,
entressonhos e sonhos,
cada ínfimo instante do ontem
e dos ontens do mundo,
a firme espada do dinamarquês e a lua do persa,
os atos dos mortos,
o compartilhado amor, as palavras,
Emerson e a neve e tantas coisas.
Agora posso esquecê-las. Chego a meu centro,
a minha álgebra e minha chave,
a meu espelho.
Breve saberei quem sou."

Jorge Luis Borges, Elogio da Sombra

5/06/2007 01:02:00 da manhã  
Blogger Mia said...

Acreditamos realmente que o muro que construimos á nossa volta, que o fosso que escavamos, que a armadura que envergamos, será intransponivel. Acreditamos que nada nos chegará de fora, nenhuma mao, nenhuma presença, nenhuma voz, mas existe sempre uma brecha que deixa passar um raio de sol, que deixa passar um assobio de vento...

beijinho doce

5/08/2007 02:24:00 da tarde  

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