2/27/2009

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Há pedaços de mim que nem eu próprio ainda descobri. Há bocados de vida que não me lembro se vivi mas que existem sempre que me vejo frente-a-frente comigo mesmo. Há palavras que procuro sabendo no entanto que nunca as acharei. Foi em mim que explodiste os estilhaços, aparei-os de braços abertos porque nada havia a temer, pois no peito onde deixaste os despojos, nada havia antes deles. (Oldmirror)

Na lista dos teus fins venho no fim
de uma página nunca publicada,
e é justo que assim seja. Embora saiba
mexer palavras, e doer de frente,
e tenha esse talento conhecido
de acordar de manhã, dormir à noite,
e ser, o dia todo, como gente,
nunca curei, como previa, a lepra,
nem decifrei o delicado enigma
da letra morta que nos antecede.
Por muito te querer, talvez pudesses
dar- me um lugar qualquer mais adiante,
despir- te de pudor por um instante
e deixá-lo cobrir-me como um manto.
- António Franco Alexandre

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2 Comments:

Blogger witch said...

Interessante... tudo.

3/02/2009 01:20:00 da manhã  
Blogger ivone said...

mas há agora. qualquer coisa. de muito.


não apagues. por enquanto.
ou talvez sim.
não sei.

3/06/2009 12:59:00 da manhã  

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