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Defendemos o que é nosso com a sofreguidão de quem apenas respirará se o que tem ainda lhe pertence, mesmo que por breves minutos. Não resistimos a possuir o que sempre possuímos mas que que por vezes o simples toque torna ainda mais nosso. É na igualdade que nos entendemos, na diversidade que nos degladiamos com a força dos abraços, dos beijos e do afagar de um cabelo que acabou de se emaranhar e fazer o nosso próprio arco-íris. Há muitas vezes, mas não há vezes iguais. (Oldmirror)
Não é exacto que o prazer só perdura.
Muita vez vivido, cresce ainda mais.
Repetir as mil versões prévias, iguais
É aquilo que a nossa atracção segura:
O frémito do teu traseiro há muito
A pedi-las! Oh, a tua carne é ardil!
E a segunda é, que traz venturas mil,
Que a tua voz presa exija o desfruto!
Esse abrir de joelhos! Esse deixar-se coitar!
E o tremer, que à minha carne sinal solta
Que saciada a ânsia, logo te volta!
Esse serpear lasso! As mãos a buscar-
-Me. Tua a sorrir!
Ai, vezes que se faça:
Não fossem já tantas, não tinha tanta graça!
- Bertolt Brecht
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