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O arrepio chega muito antes do toque, chega quase sempre com a voz, chega com os gestos que trocamos mesmo antes de sabermos que os fazemos. O prazer chega primeiro. Chega quando chegamos, quando olhamos, quando ficamos ali, parados, apenas. O nós nunca chegou, sempre existiu, e só a sua existência basta para que os estômago se contraia, para que os músculos se mostrem para que o arrepio e o prazer existam. Se morresse o toque, desaparecesse a voz, esquecessemos a carne, recusássemos a invasão mútua dos corpos; mesmo assim sentiríamos o arrepio, o prazer, a existência. Mas agora toco-te, falo-te e invado-te a carne; é tempo de o fazer.
- Oldmirror (“existimo-mos” – 27/09/07)
- Oldmirror (“existimo-mos” – 27/09/07)
Sei que darei ao meu corpo os prazeres que ele me exigir. vou usá-lo, desgastá-lo até ao limite suportável, para que a morte nada encontre de mim quando vier.
- Al Berto
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