A cada bala cravada no peito, surge o suspiro. Há frio, há fraqueza, há visão turva, há o alívio. Não há dor, não muita. Há ardor, há respiração ofegante, há cansaço, há o fim. A cada bala cravada no peito, surge a despedida. Há palavras pensadas, nunca ditas; há lembranças que não ficarão para depois, há gestos adiados impossíveis de completar agora. Os olhos pedem tréguas, os sentidos já descansam, a boca aguarda o último beijo, o coração que outrora batera forte tem sono, dormirá. O corpo pára. Já não precisa de mais nada. Não fora isso que sempre procurara? (Oldmirror)