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A cada bala cravada no peito, surge o suspiro. Há frio, há fraqueza, há visão turva, há o alívio. Não há dor, não muita. Há ardor, há respiração ofegante, há cansaço, há o fim. A cada bala cravada no peito, surge a despedida. Há palavras pensadas, nunca ditas; há lembranças que não ficarão para depois, há gestos adiados impossíveis de completar agora. Os olhos pedem tréguas, os sentidos já descansam, a boca aguarda o último beijo, o coração que outrora batera forte tem sono, dormirá. O corpo pára. Já não precisa de mais nada. Não fora isso que sempre procurara? (Oldmirror)
look into your eyes
it comes as no great surprise
you're gonna shoot me down
shoot me down
i know that when you smile
it'll only be a short little while
shoot me down... in flames
Nick Cave
adeus sem adeus
preciso aprender a lidar com a morte.
com quem parte e me deixa assim triste. e mais só ainda.
impressionante como ainda não consegui deitar uma lágrima só que que fosse. antigamente lançava-me em choro. hoje já aprendi a lidar com a dor.
mas eu sei que vou quebrar. tenho de quebrar. preciso de quebrar.
a sensação de perda é vazia. oca. e enche-me de luto.
faz-me lembrar um poço sem fundo. e eu procuro bem lá no fundo o que não quero perder. mas como encontrar uma perda numm fundo?
jurei a mim mesma nunca lhe dizer adeus.
e continuo a cumprir