7/07/2008

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A cada bala cravada no peito, surge o suspiro. Há frio, há fraqueza, há visão turva, há o alívio. Não há dor, não muita. Há ardor, há respiração ofegante, há cansaço, há o fim. A cada bala cravada no peito, surge a despedida. Há palavras pensadas, nunca ditas; há lembranças que não ficarão para depois, há gestos adiados impossíveis de completar agora. Os olhos pedem tréguas, os sentidos já descansam, a boca aguarda o último beijo, o coração que outrora batera forte tem sono, dormirá. O corpo pára. Já não precisa de mais nada. Não fora isso que sempre procurara? (Oldmirror)

2 Comments:

Blogger Mia said...

look into your eyes
it comes as no great surprise
you're gonna shoot me down
shoot me down
i know that when you smile
it'll only be a short little while
shoot me down... in flames

Nick Cave

7/08/2008 01:56:00 da tarde  
Blogger ivone said...

adeus sem adeus

preciso aprender a lidar com a morte.
com quem parte e me deixa assim triste. e mais só ainda.
impressionante como ainda não consegui deitar uma lágrima só que que fosse. antigamente lançava-me em choro. hoje já aprendi a lidar com a dor.
mas eu sei que vou quebrar. tenho de quebrar. preciso de quebrar.
a sensação de perda é vazia. oca. e enche-me de luto.
faz-me lembrar um poço sem fundo. e eu procuro bem lá no fundo o que não quero perder. mas como encontrar uma perda numm fundo?




jurei a mim mesma nunca lhe dizer adeus.
e continuo a cumprir

7/11/2008 06:27:00 da tarde  

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