6/26/2009

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Na procura das palavras correctas, foi passando demasiado tempo até que regressasse ao ponto de partida. Parti em busca de emoções perdidas, cruzei esquinas demasiado iluminadas até que a pele me indicasse o local certo onde as encontraria. São distâncias que temos que precorrer, caminhos que não evitamos trilhar, com a certeza que iremos voltar ao ninho onde tudo começa. Agora que devolvo o que nunca me pertenceu é aqui que quero ficar, é aqui que irei recomeçar, nesta terra fria, escura, mas fértil. (Oldmirror)

Aquele que o meu coração ama
ergueu-se do meu leito e nele esqueceu
as repetidas promessas de um regresso
em que aos meus olhos ensinaria

a única maneira de esconder
o prenúncio de invisíveis desertos
aquele que o meu coração ama
afogou em noites de leite e mel
o rasto dos oásis que
teciam a sede do desejo no meu peito
e bebeu neles as horas de um destino que
me acenava de muito longe
aquele que o meu coração ama
partiu às cegas sem descobrir
as húmidas palavras que se espalham
à sombra dos ciprestes
contando os minutos que faltam
para a vertigem do corpo onde o aguardo

- Alice Vieira

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2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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o difícil é aceitar que caminhos houve que não se teve coragem de trilhar.
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a imagem dos "les carabiniers" do godard é líndíssima.
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6/26/2009 05:00:00 da tarde  
Blogger DarkViolet said...

Essa imagem é de um filme de Tarkovsky, a infância de Ivan. O trilho da solidão, da partilha, do caminhar contínuo na procura de algo desconhecido ao presente

6/29/2009 04:22:00 da tarde  

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