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Ele perguntava-se demasiadas vezes:- Mas porque é que não deixo tudo para trás?Havia sempre uma ou outra amarra que o mantinham no porto, sem conseguir solta-las e navegar para bem longe.Um adiar, uma tarefa mais, um problema a resolver, uma dor que incomoda, uma responsabilidade assumida.Ele perguntava-se demasiadas vezes:- Alguma vez chegará o dia?Havia sempre uma ou outra paixão que o faziam esquecer que era no porto que se mantinha, que ainda não sentira o ondular da maré, os ventos fortes que sulcam cada pedaço de pele exposta, que o sol que lhe queimava as esperanças não era o mesmo que, de amarras soltas, queimariam a vontade de regressar.Ele perguntava-se demasiadas vezes:- Como será respirar fundo?(Oldmirror)Contradigo-me?Pois bem, então contradigo-me. Sou extenso, contenho multidões
- Walt WhitmanEtiquetas: Walt Whitman

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