7/04/2009

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Ele perguntava-se demasiadas vezes:
- Mas porque é que não deixo tudo para trás?
Havia sempre uma ou outra amarra que o mantinham no porto, sem conseguir solta-las e navegar para bem longe.
Um adiar, uma tarefa mais, um problema a resolver, uma dor que incomoda, uma responsabilidade assumida.
Ele perguntava-se demasiadas vezes:
- Alguma vez chegará o dia?
Havia sempre uma ou outra paixão que o faziam esquecer que era no porto que se mantinha, que ainda não sentira o ondular da maré, os ventos fortes que sulcam cada pedaço de pele exposta, que o sol que lhe queimava as esperanças não era o mesmo que, de amarras soltas, queimariam a vontade de regressar.
Ele perguntava-se demasiadas vezes:
- Como será respirar fundo?
(Oldmirror)

Contradigo-me?
Pois bem, então contradigo-me. Sou extenso, contenho multidões
- Walt Whitman

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1 Comments:

Blogger ivone said...

dou por mim quase a perguntar: mas quem será este fulano? queria saber escrever assim como só tu o sabes fazer mas eu sou outra fulana com outro respirar.bem fundo não. não consigo já ou ainda. que se foda!

1/27/2010 01:32:00 da manhã  

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