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PARTE II
No dia em que proferira aquela frase sabia que fora a morte que sentenciara. A decisão estava tomada e fugiu porque lhe faltara a coragem para a ditar. Queria matar mas não o queria dizer. Decidira então fazê-lo da única forma que se lembrara e que evitaria o embaraço de ter que o anunciar.
Soube agora que a morte estava consumada. Primeiro sorriu. Conseguiu matar sem que para isso tivesse que soltar uma gota de suor. À vista desarmada era inocente, ninguém poderia garantir que o golpe fatal tinha sido desferido. Estava livre.
Mas a liberdade depressa se tornou em pesadelo. Não lhe saía da cabeça. E se não tivesse matado? E se tivesse matado sem ter precisado de fugir? E se tivesse ficado?
E se ainda fossem vivos... os dois?
- Oldmirror
Não basta amar alguém. É preciso amar com coragem. É preciso amar de tal modo que nenhum ladrão, ou má intenção, ou lei, lei divina ou deste mundo, possa seja o que for contra esse amor. Não nos amámos com coragem... foi esse o mal. E a culpa é tua, porque a coragem dos homens é ridícula em matéria de amor. É trabalho vosso, o amor...
- Sándor Márai
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o cansaço de momento consome_me o amor todo mas entrar assim refaz_me