E passou a vender tudo. Vendia palavras. Vendia gestos. Vendia afectos. Vendia a própria alma se fosse convencido de que ela ainda valia um mísero cêntimo. E passou a deitar fora as memórias. Rasgava cartas. Rasgava jornais. Rasgava a roupa que trazia colada ao corpo se isso o fizesse lembrar. E passou a esperar. Esperava a vida. Esperava a morte. Esperava por tudo e por nada apenas porque nada mais lhe restava para fazer. (Oldmirror)-Ainda me amas?O coração batia-me no peito como se a alma quisesse abrir caminho e desatar a correr.-Diz-me que sim.... à falta de palavras, mordi a voz.Não digo que te amo por ter possuído o teu corpo, mas sim por ter roçado a tua alma. Se pudesse estar apenas perto de ti, a ouvir a tua voz e a demorar o meu olhar sobre o teu, ter-te-ia amado na mesma...- Possidónio CachapaEtiquetas: Possidónio Cachapa