Agradecer torna-se obrigatório depois de vos ler. Ao ler-vos noto, quase sempre, que a distância que me separa de tudo o resto se esbate um pouco mais, que o cepticismo que inunda a minha existência me dá algum espaço para respirar. Porque há quem sinta, há quem explique um pouco mais, quem consiga remexer em pedaços de pele arrancados em desespero para ir mais além em mim, para chegar a este ser sem, no entanto, o tocar. Um obrigado é necessário quando nos sentimos um pouco mais nas respostas do que nas perguntas que formulamos, quando em casa lemos, sem respirar uma gota de ar, os recados colados na janela onde apenas continuam a espreitar os olhos de quem aceita que o que digo se deve àquela loucura inútil que faz de mim uma mera reticência. (Oldmirror)...Por no jardim da noite, a horas más,A tua aparição não ter faltado,Pelo teu braço de silêncio e paz,Obrigado!Por não passar um dia em que eu não diga— Existo, sem futuro e sem passado.Por toda a sonolência que me abriga... Obrigado!E tu, que hoje és meu íntimo contraste,Ó mão que beijo por me haver cegado!Ai! Pelo sonho intato que salvaste,Obrigado! Obrigado! Obrigado! - Pedro Homem de MelloEtiquetas: Pedro Homem de Mello