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Ficaremos por aqui porque daqui nunca saímos a não ser para dar o primeiro passo. Nunca fomos além porque o além não chegaria e iríamos querer mais, sempre mais. Demos o primeiro passo numa queda anunciada que, de novo, tentámos ignorar. Tivemos as nuvens mas quisemos tocar as estrelas, acabamos com as mão escondidas na terra sem que nunca tivessemos provado esse pedaço de céu que estava ali, à distância de um toque. Resta agora a imaginação. Resta a memória de um único passo e a saudade de termos estado perto, muito perto, de conhecermos mais, muito mais. (Oldmirror)Um dia compreendeu como seus braços eramSomente feitos de nuvens;Impossível com nuvens abraçar até ao fundoUm corpo, uma sorte.A sorte é redonda e conta lentamenteAs estrelas do estio.Fazem falta uns braços seguros como o vento,E como o mar um beijo.Mas ele como seus lábios,Com seus lábios não sabe senão dizer palavras;Palavras até ao tecto,Palavras até ao solo,E seus braços são nuvens que transformam a vidaEm ar navegável.- Luis CernudaEtiquetas: Luis Cernuda

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