11/27/2006

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Ah, se as pessoas soubessem. Se soubessem como são inúteis e desajustadas as palavras que agora surgem. Se soubessem que seria o silêncio a maior homenagem. Se soubessem que a liberdade que investaste era feita de palavras que não conheciam catálogos ou explicações, muito menos elogios circunstanciais. A vida é que é a vida, enquanto a morte nada é, logo as palavras não são para aqui chamadas, muito menos as vivências. Não foi assim que imaginaste que iria ser, não com a semelhança a tudo o que rejeitaste. Nada diferente, porque as pessoas acabam sempre por ser iguais, não na explicação da vida, mas na aprendizagem da morte. Como te fizeram igual a nada. Como te fizeram parecido com tudo sem sequer saberem que farias tudo menos isso. Nem o caixão souberam virar do avesso, nem o amor, a liberdade e a poesia souberam escrever à navalha naquela madeira igual a tantas outras. Como seria diferente se tivesses sido tu a fazer a tua própria caminhada. E os cigarros, esqueceram-se dos cigarros.

- Oldmirror
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