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Haverá ainda tempo para o chocolate quente, a manta dividida no telhado onde as estrelas nos esperam, a casa povoada de livros e discos gastos pelas noites de chuva onde o refúgio que nos resta é feito do calor das peles que não nos cansamos de colar uma à outra? Haverá ainda tempo para que possamos gastar a eternidade que conquistamos a olharmos ainda incrédulos para um olhar que nos pertence e que nunca soubémos entender como surgiu mas sempre soubemos que existiu? Ao som de Keith, ao som do Koln Concert, invento-te ao cair da tarde peço-te de volta (Oldmirror)
Se querem saber a verdade, não sei o que hei-de pensar. Lamento ter contado isto a tanta gente. O que sei é que tenho como que saudades de toda a gente de quem falei. Mesmo do amigo Stradlater e do Ackley, por exemplo. Acho que até do cabrão do Maurice tenho saudades. É esquisito. Nunca contem nada a ninguém. Se contam, acabam por ter saudades de toda a gente.
- JD Salinger
Etiquetas: JD Salinger
este em muito tempo o blog mais bonito que ja vi.
Obrigado, António. Às vezes também aqui neste canto escuro e bafiento, uma brisa fresca como a que ofereceste relembra-nos que para existir a noite é preciso um dia.
Acho que este é o meu texto preferido... Pelo menos um dos preferidos.
Beijinho*
Como entender o que não foi feito para entender? Sentindo. Apenas sentindo...