11/03/2005

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[Foto by André Kértèsz]

Dar a vida. Dar o mundo. Dar o sangue e as lágrimas. Dar o que temos e o que não temos. E preferir morrer indigente de braços vazios. Escolhermos os minutos, as horas e os dias. Desprezarmos a vida inteira. Ser velho. Não chegar a velho. Acabar porque nada mais havia a fazer, porque do tudo que demos, acabamos dando o ar que respirávamos, a chama que nos mantia acesos, a luz que nos mostrava o caminho. Fomos um pouco felizes, mas felizes como ninguém. Morremo-nos porque nada mais havia. Demos tudo. (Oldmirror)

Se eu tivesse as sedas bordadas do céu.
Com bainhas de luz de ouro e de prata.
As sedas azuis e sombrias e escuras.
Da noite e da luz e da meia-luz.
Deitava-as todas aos teus pés.
Mas eu sou pobre e só tenho os meus sonhos.
Deitei-os todos aos teus pés
Pisa com cuidado,
É nos meus sonhos que estás a pisar.

- W. B. Yeats

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