109
Pouco há a provar. Pouco haverá a anunciar. Pouco haverá a fazer sem que o precisemos de anunciar. Os passos dados com a teimosia de quem terá que ser capaz não serão mais do que olhares distantes que buscam os olhos perdidos no passado que não foram abandonados. De nada valerá cada pedra assente no muro de uma nova que se constrói porque são essas as pedras, é esse o muro que queríamos ver um dia ruir e sem hesitar derrubariamos para podermos recuperar o abraço de um passado que queriamos futuro. Cada lençol usado será igual ao lençol partilhado quando a porta do Mundo foi fechada. E teimando seguimos em frente, acompanhados, fazendo de cada gesto uma dissimulada solidão que recusamos. - Viste?! Estou a seguir em frente! - Não estamos. A história nunca mudará porque rasgamos as folhas que queremos esquecer mas que são as únicas onde as personagens ganham vida. (Oldmirror)
o passado não se apaga nem as portas se fecham.
Mas há quem queira apaga-lo à força, pintando em cima do passado um presente incerto.
..e porque não?Mais um delicioso texto teu =)
Mas só o passado podemos ter como certo! Todo o resto, toda a incerteza que caracteriza o momento presente e todo o futuro, faz parte do alimento que conserva os corações maduros, vivos e recomendáveis.
Afinal, quem quer viver com todas as certezas, em falta de desafio?
Um dia disseram-me que só duas coisas nos impedem de trilhar caminho: não acreditarmos na realização dos nossos sonhos ou, quando deparamos com a realização dos mesmos, hesitar, com medo do caminho desconhecido. Em conformidade, li algures: "The pages are still blank, but there is a miraculous feeling of the words being there, written in invisible ink and clamoring to become visible." Belo modo de ver, não?
um bj
espero-te bem.
O trabalho obrigou à ausência. Obrigado por terem tomado conta disto aqui.