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Sem imagens, apenas música. Afundado na música procurando rever o que foi, tentando adivinhar o que irá ser, lamentando o que poderia ter sido. Som após som, voz após voz, o escuro dos olhos cerrados vai deixando entrar a luz disfarçada de agudos e graves, de pianos e violoncelos. Vai deixando entrar o que ficou perdido sob a forma de uma guitarra e de palavras certas escolhidas por outros. A cada nota do contrabaixo, a cada gemido que escapa, um pedaço da história é recuperado ou atirado fora. Sem dificuldade criamos a banda sonora original de todos os filmes guardados cá dentro. Que música me ofereces? Que musica me escolhes? Que musica seríamos? Que música já foste? Que música ainda és? (Oldmirror)Ficaram a entreolhar-se, como se cada um quisesse sorver com os olhos e guardar para sempre a imagem do outro. Havia coisas que ele precisava de lhe dizer antes de se despedirem, mas não podia dizê-las naquele lugar de recordações luminosas, de modo que deu meia volta, seguindo-a em silêncio...- Edith Wharton

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