133
Desculpa-me mas hoje não consigo, estou cansado. Seria impossivel oferecer-te as palavras que descansam em mim mas que se recusam a abandonar-me. Há dias destes, há dias em que apenas um fechar de olhos me pode devolver o sabor de cada letra, de cada memória guardada à espera do momento para sair do casulo, ganhar asas e dirigir-se aqui, a este pequeno canto onde descanso. Hoje não, hoje não posso. É que a loucura também tem limites, o sonho também precisa de ser alimentado, não só chorado. Fico por aqui. (Oldmirror)
Haverá pouca coisa a esquecer:
o voo dos corvos,
uma rua molhada,
o modo do vento soprar,
o nascer da lua, o pôr-do-sol,
três palavras que o mundo sabe,
pouca coisa a esquecer.
Será bem fácil de esquecer.
A chuva pintana argila rasa
e lava lábios,
olhos e cérebro.
A chuva pinga na argila rasa.
A chuva mansa lavará tudo:
o voo dos corvos,
o modo do vento soprar,
o nascer da lua, o pôr-do-sol,
lavará tudo, até chegar
aos duros ossos desnudados
e os ossos, os ossos esquecem.
- Archibald Macleish
Etiquetas: Archibald Macleish
Estive ausente, fugi para terras francesas, mas estou de regresso...
Beijinhos
(descansa)
Ana P. - Espero que de França tenhas trazido um pouco mais de luz. Bem vinda.
T- Não posso.
gosto da densidade do fumo que por aqui se inspira, e das referências.
volto para fumar do 134.
abraço arritmico...
gosto do que escreves, como escreves, gosto de passear nas tuas palavras, caminhar por elas, tomar-lhes o gosto, sentir-lhes o cheiro, adivinhar-lhes o toque...
obrigado pelos sinais de fumo que aqui me trouxeram :)