9/20/2006

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Não chega que o façamos. Não chega que o esqueçamos. Existirão sempre os caminhos traçados nos dias em que os cheiros e os toques se misturaram com palavras ditas de olhos fechados. E dos corpos restarão as cinzas e as mãos vazias para construir um futuro onde cada sorriso furtivo será apenas a extensão das raízes que deixamos para trás. Percorremos com sofreguidão as memórias do que fomos e depressa reparamos que apenas as tivémos, nunca as vivemos. Talvez porque na sede de nos vermos em chamas tenhamos esquecido que não bastam corpos quentes, é preciso abrir os olhos para os corações começarem a bater. (Oldmirror)

A noite chega
e depois da noite, a escuridão
e depois da escuridão
olhos
mãos
e respiração e mais respiração
e o som da água
que da torneira
goteja goteja goteja.
Em seguida dois pontos vermelhos
de dois cigarros acesos
o tique-taque do relógio
e duas cabeças
e duas solidões.

- Forugh Farrokhzad

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3 Comments:

Blogger [ t ] said...

ou apenas deixé-los fechados para começarmos a ver.

9/20/2006 03:02:00 da tarde  
Blogger Ana P. said...

Escreve, não pares nunca de escrever. escreve a dor, a alegria, as lágrimas, os sorrisos, mas escreve, eu estarei cá para te ler..

beijos
BFDS

9/22/2006 12:21:00 da tarde  
Blogger oldmirror said...

Ana: e se eu não escrever? deixarás de estar?
Thank you for comming by...

9/22/2006 03:09:00 da tarde  

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