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Foi por amares o mar que não te pude amar. Foi por te refugiares na areia que te deixei no areal. Foi por respirares a brisa que não te deixei respirar adormecer no calor dos lençóis que não usamos. Porque quem ama o mar, caminha na areia e inspira o vento dificilmente viveria mergulhada num oceano de dúvidas, limitada à distância das paredes e recolhendo do ar o peso por mim deixado. Foi por teres visto o oceano que te larguei à deriva. Foi por mereceres a Terra que enverguei as asas do anjo. Foi por ires mais além que não saí do meu lugar. Foi por ter provado as lágrimas salgadas dos teus olhos que a doca seca que são os meus não te olharam mais. Foi por amor ao amor que to entreguei de mão beijada, para distribuires por essas ondas. E agora vai, faz o que te digo, que na costa o farol de pedra em que me tornarei velará o rumo que segues nessa praia de maré cheia. (Oldmirror).O universo não me traz mágoa.Sobretudo,amar a areiaarrebata-me de júbilo e paixão.Amar o mar completa a minha vidacom o tacto de um amor imenso.Mas veio o vento e,por momentos,amargurou o meu corpo,a oscilar.E está o Sol aqui,depois de uns diascom o jardim obscurecido a beber sombra.E sei que os átomos zumbeme dançam como os insectos,ébrios em redor do pólen..
- Fiama Hasse Pais BrandãoEtiquetas: Fiama Hasse Pais Brandão