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Foi por amares o mar que não te pude amar. Foi por te refugiares na areia que te deixei no areal. Foi por respirares a brisa que não te deixei respirar adormecer no calor dos lençóis que não usamos. Porque quem ama o mar, caminha na areia e inspira o vento dificilmente viveria mergulhada num oceano de dúvidas, limitada à distância das paredes e recolhendo do ar o peso por mim deixado. Foi por teres visto o oceano que te larguei à deriva. Foi por mereceres a Terra que enverguei as asas do anjo. Foi por ires mais além que não saí do meu lugar. Foi por ter provado as lágrimas salgadas dos teus olhos que a doca seca que são os meus não te olharam mais. Foi por amor ao amor que to entreguei de mão beijada, para distribuires por essas ondas. E agora vai, faz o que te digo, que na costa o farol de pedra em que me tornarei velará o rumo que segues nessa praia de maré cheia. (Oldmirror)
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O universo não me traz mágoa.
Sobretudo,
amar a areia
arrebata-me de júbilo e paixão.
Amar o mar completa a minha vida
com o tacto de um amor imenso.
Mas veio o vento e,
por momentos,
amargurou o meu corpo,
a oscilar.
E está o Sol aqui,
depois de uns dias
com o jardim obscurecido a beber sombra.
E sei que os átomos zumbem
e dançam como os insectos,
ébrios em redor do pólen.
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- Fiama Hasse Pais Brandão
Etiquetas: Fiama Hasse Pais Brandão
Fantástico. Gosto de te ler.
Beijos.
Sabes por que o mar é tão grande, tão imenso, tão poderoso? É porque teve a humildade de se colocar a alguns centímetros de todos os rios do mundo.
Sabendo receber, tornou-se grande. Se quisesse ser o primeiro, alguns centímetros acima de todos os rios, não seria o mar, mas uma ilha. Toda sua água
iria para os outros e ele estaria isolado. E além disso, a perda faz parte, a queda faz parte, a morte faz parte. É impossível vivermos satisfatoriamente se não
aceitarmos a perda, a queda, o erro e a morte. Precisamos aprender a perder, a cair, a errar e a morrer. Não é possível ganhar sem saber perder.
Não é possível andar sem saber cair. Não é possível acertar sem saber errar. Não é possível viver sem saber morrer. Se aprendermos a perder, a cair,
a errar, ninguém nos controla mais. Pois o máximo que nos pode acontecer é cair, é errar, e perder e isto já todos sabemos.
Bem aventurado aquele que já consegue receber com a mesma naturalidade o ganho e a perda, o acerto e o erro, o triunfo e a queda, a vida e a morte.
;)
vim pela t.
gostei de ler.
fiama. sempre.
Jasmim: Fantástico é uma palavra demasiado preciosa para poder ser utilizada neste caso. Mesmo assim é bom saber que, às vezes, te lembras de passar "por mim".
Carla: Ora cá está um verdadeiro post em jeito de comentário. Saber perder, preferir perder é quase uma "arte".
Feniana: Espero que agora não venhas mais pela t. e passes a vir... por ti. "Feniana" é uma sócia do Clube dos Fenianos (Porto)...lol. Que giro.
e quando o mar estiver demasiado revolto, quando as ondas arremessarem o seu corpo cansado contra o molhe, ela saberá que ele estará presente para a conduzir a aguas mais calmas...
ela nunca sairá do mar sobre o qual ele se debruça.
tinhas realmente nome de mar
minha impossível metade mas
não tinha corpo nem alma para dar-te
Deus fez-me o reverso do que chamam homem
gosto de estátuas geladas e de antípodas
mas sabe que quando oiço o mar
peço para ti um verso que saiba tocar-te
pedro sena-lino