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Foi com a mesma boca que te beijara que te pedi para voltar. Com a boca que deixara escapar promessas de nada prometer que te pedi para devolveres os pedaços a que chamamos momentos e que levaste contigo no dia em que deixaste de suportar a dor de um quarto onde tudo se ia passar e apenas se passou um breve começo. É a boca que substituiu o olhar na aprendizagem do teu corpo que agora permanece seca pelo Inverno que se instalou desde que deixou de reconhecer o sabor da tua boca. (Oldmirror)
A verdade é que já há muito que eu desistira de esperar. O momento já tinha passado, a porta entre as vidas que podíamos ter levado e as vidas que levávamos tinha-se fechado nas nossas caras. Ou melhor, na minha cara. Regra elementar na gramática da minha vida: onde quer que aparecer o plural, corrigir para singular.
- Nicole Krauss
Etiquetas: Nicole Krauss
Estranhas gramáticas... Sempre difícil dizer adeus, não a alguém mas ao "nós"... Uma fantasia que se torna conhecida e que começa a fazer parte da nossa realidade individual... Perdão, da minha...
Beijo
Da nossa, Estranha, da nossa. Há por aqui muito DNA partilhado e isso sim, é estranho.
E é tão difícil viver no singular!
É difícil, sim, mas bom?!
é preciso aprender o singular... para poder estar bem no plural, suponho.
beijo*
saudades que tinha da tua boca murmurando palavras de ser...
um beijo terno. sentido
Mia: é bom ver que não te perdeste no meio do escuro e do fumo que aqui ainda perdura e encontraste o caminho de regresso.
O que deixa de ser em nós quando existe o fim.
Gostei.
:)