11/19/2010

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Mortas as promessas, esfaqueadas pela hipocrisia, asfixiadas pela desistência, envenenadas pela mudança. Hipotecadas as hipóteses, comprometidas pelo abandono, vendidas por facilidades, amachucadas pela dúvida. (Oldmirror)

A aparência adere ao ser e somente a dor pode arrancá-los um do outro.
Quem tem o ser não pode ter a aparência. A aparência acorrenta o ser.
O curso do tempo arranca o parecer do ser e o ser do parecer, por violência.
O tempo manifesta que não é a eternidade.

- Simone Weil

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11/17/2010

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Passados três anos regressa o síndrome do José Luís Peixoto: Apostas que se perdem... (Oldmirror)

Ao que encontrei tanto e tanto acrescentei.
Recordo essas horas esses dias...
- Cruzeiro Seixas

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11/15/2010

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11/11/2010

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A solidão de um corpo despido que olha o espelho passando em revista uma vida escrita na pele onde começa a escassear o espaço para marcar o futuro e do passado já muito pouco se mostra decifrável. É visível a cada veia exposta, que o coração ainda bate. É invisível a cada cicatriz a assinatura de quem fez do exterior a dolorosa interpretação da ferida interior. Um corpo despido onde já subsiste o arrepio e o vazio outrora ocupado pelo morno encosto de outro corpo e preenchido por pedaços feitos à medida para os lugares mais recônditos invariavelmente descobertos por quem estivera disponível para encetar uma viagem vagarosa pelo mapa-mundi agora explorado em frente ao espelho. (Oldmirror)

Não há limite que não seja por ele suportado. Suporta todo o cansaço. Traições, fadiga, falhanços. Aconteça o que acontecer tens um corpo que pesa; e um chão, mudo, imóvel, que não desaparece.
- Gonçalo M. Tavares

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11/03/2010

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Há muito tempo que não subo as escadas até ao patamar onde é possível ver o sol e sentir na pele a promessa de um dia que ainda tem muito para dar. (Oldmirror)

Eu queria uma grande manhã, uma lúcida manhã sem cinzas, luminosa, quase quente, donde fosse possível avistar as brancas montanhas do tempo, donde fosse possível olhar o princípio de todos os caminhos e esperar. E que não fosse tarde, que nunca fosse tarde nos seres amados, nem nos lugares por onde passámos e, nus, deixámos os olhos como uma nuvem sobre a morte.
- Gil T. Sousa

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