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Não te convido a desceres. Raramente lá entro. Deixo-a em paz. Vivo à tona e transporto o que não cabe para o sotão. Mantenho-me à tona, à flor da pele, onde sinto. Mas sei que ela existe, que pela porta, por vezes, solta-se uma brisa que me gela o presente, que paraliza o futuro e que cheira a passado. Não espreito, não remexo, procuro não levantar o pó que acredito já cobrir os recortes, os pedaços, as mobílias. Flutuo, muitas vezes pairo. Muitas vezes voo, sobretudo quando navego essas ondas. Mas sei que ela existe. Ainda bem (?!) (Oldmirror)
...há sempre uma cave dentro de nós.
-Rodrigo Guedes Carvalho
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