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Foi com a mesma boca que te beijara que te pedi para voltar. Com a boca que deixara escapar promessas de nada prometer que te pedi para devolveres os pedaços a que chamamos momentos e que levaste contigo no dia em que deixaste de suportar a dor de um quarto onde tudo se ia passar e apenas se passou um breve começo. É a boca que substituiu o olhar na aprendizagem do teu corpo que agora permanece seca pelo Inverno que se instalou desde que deixou de reconhecer o sabor da tua boca. (Oldmirror)
A verdade é que já há muito que eu desistira de esperar. O momento já tinha passado, a porta entre as vidas que podíamos ter levado e as vidas que levávamos tinha-se fechado nas nossas caras. Ou melhor, na minha cara. Regra elementar na gramática da minha vida: onde quer que aparecer o plural, corrigir para singular.
- Nicole Krauss
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